O mês de maio se despede com uma intensa frente fria e uma massa de ar polar que causaram chuvas fortes na região Sul, ventos intensos e uma queda pronunciada das temperaturas desde a região Sul do país até o Sudeste e o Centro-Oeste.
Agora a pergunta que fica é: Será que esse padrão de ocorrência de frentes frias chuvosas e massas de ar frio continuará ao longo do mês de Junho? Vamos conferir juntos o que as previsões climáticas nos sugerem.
No Oceano Pacífico Equatorial, é possível perceber que não há anomalias quentes nem frias, o que indica a ausência de El Niño e La Niña ao longo do outono e inverno de 2025. Isso tende a tornar a previsão climática um pouco mais incerta, pois a presença destes sistemas traz comportamentos mais consistentes.
No entanto, é possível perceber que o Oceano Atlântico Sul que banha a costa brasileira segue com temperaturas acima do normal. Na prática, essa situação é capaz de fornecer maior quantidade de umidade e energia para tempestades, o que pode intensificar sistemas meteorológicos como ciclones e frentes frias.
A Oscilação Antártica (AAO) é um índice capaz de traçar panoramas climáticos para o centro-sul do país com previsibilidade de cerca de duas semanas. Tendências e/ou valores negativos favorecem a atuação de sistemas de precipitação no Sul do país.
É possível perceber que, no início de Junho, a tendência do índice AAO é se manter negativo. Na prática, isso favorece a agem de sistemas transientes, como ciclones e frentes frias, auxiliando na formação de chuvas nas regiões Sul e Sudeste.
As previsões também indicam que a situação pode se inverter já na segunda semana do mês, dificultando a agem destes sistemas e tornando o clima mais seco no centro-sul do país, mas há indícios de que este comportamento possa não se concretizar.
A Oscilação de Madden Julian (OMJ), por sua vez, é capaz de potencializar ou inibir eventos de precipitação no Norte e Nordeste do Brasil, favorecendo movimentos de ascendência do ar (que tornam o clima mais chuvoso) ou subsidência (que o tornam mais seco).
É possível observar que, a partir do dia 06 de Junho, previsões indicam que a OMJ vai ajudar a impulsionar a formação de chuvas em grande parte da porção norte do país, o que pode se traduzir em acumulados de chuva maiores do que o normal.
O modelo de confiança da Meteored, o europeu ECMWF, traz também padrões de precipitação interessantes de se observar em paralelo aos fenômenos citados anteriormente.
A primeira coisa que podemos observar é que as anomalias de chuva na porção central do país, abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, estão positivas. Isso sinaliza um avanço de novas frentes frias que devem causar chuvas significativas até a altura do Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais, em acordo com as tendências iniciais da AAO.
No Rio Grande do Sul, no entanto, previsões estão sugerindo que sistemas causarão menos chuvas - o que traz um alívio para os gaúchos após as ocorrências intensas da última semana. Além disso, em grande parte do Norte do país, as chuvas podem aumentar na segunda semana do mês, em acordo com as tendências previstas da OMJ.
Com um avanço mais frequente de frentes frias, existe uma tendência de que massas de ar frio causem uma queda expressiva nas temperaturas especialmente a partir da segunda semana de Junho, compreendendo desde a região Sul até parte do Sudeste e do Centro-Oeste, como pode ser observado na figura abaixo.
No centro-norte do país, no entanto, é possível observar uma tendência de calor mais intenso do que o normal, com temperaturas acima da média em boa parte das regiões Nordeste e Norte do país.
Como as previsões de longo representam tendências regionais, elas podem mudar bastante de município para município. Por isso, não deixe de acompanhar as atualizações e as previsões específicas para sua cidade disponíveis aqui no site da Meteored | Tempo.com.