Poderosa tempestade solar atingirá a Terra hoje à noite: auroras poderão ser vistas na Argentina

O Centro de Previsão do Clima Espacial da istração Oceânica e Atmosférica Nacional emitiu um alerta de tempestade geomagnética severa, que impactará o planeta entre a noite deste domingo (01) e as primeiras horas de segunda-feira (02).

auroras
As auroras poderão ser vistas novamente na Argentina nesta noite de domingo (01 de junho).

Hoje, domingo, 1º de junho de 2025, uma forte tempestade solar (categoria G4) estará atingindo a Terra. Essa tempestade se deve a uma poderosa ejeção de massa coronal (CME, na sigla em inglês) desencadeada por uma erupção solar na sexta-feira, 30 de maio. Cientistas alertaram sobre os efeitos dessa energia nas tecnologias.

A istração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, em inglês) alertou: "Uma poderosa ejeção de massa coronal irrompeu do Sol na noite de 30 de maio. Ela está prevista para atingir a Terra ainda no domingo, 1º de junho. A chegada dela provavelmente causará perturbações geomagnéticas imediatas com potencial para níveis G3 (Forte) e probabilidade de nível G4. As condições provavelmente se intensificarão à medida que a ejeção avança, e os níveis G4 se tornarão mais prováveis na segunda-feira, 2 de junho".

A intensidade dessa tempestade não deixará apenas auroras no Hemisfério Norte. Especialistas acreditam que auroras também serão visíveis no Hemisfério Sul e fora da Antártica, algo que não é tão comum.

Impacto da tempestade solar

Tempestades solares dessa magnitude podem ter uma variedade de efeitos, embora especialistas apontem que o campo magnético da Terra protege a população de riscos diretos à saúde. No entanto, elas também podem afetar a infraestrutura tecnológica:

  • Sistemas de navegação: O GPS pode apresentar erros temporários, afetando a geolocalização e as operações aéreas ou marítimas.
  • Comunicações: Sinais de rádio de alta frequência e comunicações via satélite podem ser interrompidos, especialmente em latitudes elevadas.
  • Redes elétricas: Podem ocorrer problemas de controle de tensão e até mesmo interrupções breves ou mais graves nas redes de distribuição, como ocorreu no "Evento Carrington" de 1859, que causou incêndios em sistemas telegráficos. A dependência tecnológica atual significa que um evento semelhante pode ter enormes consequências econômicas e operacionais.

Auroras austrais no Hemisfério Sul

A boa notícia é que essas intensas tempestades solares aumentam significativamente as chances de observar auroras em latitudes mais baixas do que o normal. Isso inclui auroras no Hemisfério Sul.

Durante a madrugada deste domingo, 1º de junho, o fenômeno já podia ser visto da Austrália e da Nova Zelândia.

Lugares com maiores chances de ver a Aurora Austral neste domingo:

  • Sul da Argentina e Chile: A previsão é de que a aurora seja visível especialmente em áreas com pouca poluição luminosa. Ushuaia (Terra do Fogo, na Argentina) é um excelente lugar para ver auroras austrais (especialmente de abril a setembro, com junho e julho oferecendo as noites mais longas), e a tempestade atual aumenta as chances. Recomenda-se ficar longe das luzes da cidade, buscando lugares como o Parque Nacional da Terra do Fogo ou áreas rurais próximas.
  • Nova Zelândia e sul da Austrália: A Reserva Aoraki Mackenzie Dark Sky e a Ilha Stewart são locais privilegiados para a observação.
  • Antártica: Dentro do Círculo Polar Antártico, as condições são ideais devido às noites longas e à ausência de poluição luminosa.

Devido à intensidade desta tempestade, existe a possibilidade de que as auroras também possam ser vistas — e fotografadas — de outras áreas da Patagônia e até mesmo de partes da região central da Argentina. Algo semelhante aconteceu durante a tempestade solar de maio de 2024. É claro que elas podem não ser visíveis a olho nu, mas podem ser capturadas com fotografias de longa exposição, desde que a câmera esteja apontada para o sul.

Recomendações para observar e fotografar auroras

Embora não haja garantias, com uma tempestade solar tão intensa, as chances de ver auroras em latitudes incomuns aumentam. Para aprimorar a experiência (e as fotos), há alguns pontos importantes a serem considerados.

Primeiro, afaste-se o máximo possível da poluição luminosa. O ideal é procurar locais com céu escuro e horizonte limpo ao sul. Quanto ao horário, as melhores chances geralmente são no início da noite, logo após o anoitecer. É claro que o céu deve estar limpo.

E, como sempre no inverno, agasalhe-se. Usar várias roupas, roupas térmicas, gorro, luvas e calçados adequados é essencial: ninguém quer desistir da caça à aurora por causa do frio.

Quer fotografá-las? Então prepare uma câmera que permita ajustes manuais. O ideal é usar um tripé, focar no infinito, aumentar a abertura (f/2.8 ou similar), aumentar o ISO (entre 800 e 3200, dependendo do equipamento) e fazer exposições longas, entre 5 e 20 segundos. Sempre aponte para o sul, onde o brilho é mais provável de aparecer.

Por fim, é uma boa ideia monitorar de perto as previsões meteorológicas espaciais, como as publicadas pela NOAA ou pela NASA. Essas agências fornecem atualizações em tempo real sobre a atividade solar, a intensidade da tempestade geomagnética e as áreas com maior probabilidade de avistamentos.