O inverno de 2024 no Brasil foi marcado por temperaturas anormais e secas extremas. Em agosto, por exemplo, 3.978 municípios enfrentaram condições de seca, com 201 municípios em situação extrema. Capitais como Curitiba, São Paulo, Goiânia e Brasília registraram dezenas de recordes de temperatura máxima. O Rio de Janeiro, por exemplo, atingiu recordes de calor durante diversos dias seguidos, um mais intenso que o outro.
No setor agrícola, culturas essenciais como soja, milho e feijão sofreram perdas significativas, agravando a insegurança alimentar e elevando os preços dos alimentos de maneiras que ainda estão ferindo o bolso do consumidor em 2025.
Infelizmente, as previsões para este ano não sugerem melhoras. Até o ano ado, havia esperanças de solidificação de um La Niña, que é normalmente associado a uma queda das temperaturas em parte do Brasil. No entanto, o fenômeno segue fraquíssimo e deve se dissipar em breve, sem impactar de maneira significativa as condições meteorológicas brasileiras.
Como podemos observar no mapa acima, Julho será um mês quente, com grande parte do país registrando temperaturas acima da média. Destaque para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (especialmente no Mato Grosso do Sul), onde as anomalias de temperatura serão particularmente pronunciadas.
E como podemos observar no mapa abaixo, essa situação não se limita ao mês de Julho. As temperaturas mais quentes que o normal estão previstas para todo o trimestre de Junho-Julho-Agosto, que compreende boa parte do inverno no Brasil.
Isso se traduz numa possibilidade elevada de que o inverno de 2025 seja similar ao de 2024: com a presença de um calor expressivo e possibilidade de diversos novos recordes de temperatura máxima.
Tradicionalmente, o Inverno também é um período onde o centro-sul do país registra umidades relativas extremamente baixas, o que pode levar novamente à formação de condições similares às registradas em desertos e qualidade péssima do ar.
Apesar de ser signatário do Acordo de Paris, o Brasil enfrenta desafios significativos na implementação de políticas eficazes. O inverno de 2024 - e provavelmente o de 2025 também - reforçam a urgência de medidas sustentáveis, que vão desde o combate ao desmatamento até a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, a adaptação das cidades, incluindo as condições de trabalho e a rotina das pessoas para lidar com dia-a-dia mais quente que o normal (e por vezes com a presença de calor extremo) já se faz necessária.
Por isso, a população precisa urgentemente se mobilizar, cobrar medidas do governo e das grandes indústrias, e apoiar lideranças que defendam a proposta de tornar o Brasil um exemplo para o mundo sobre como cuidar do meio ambiente e da natureza.