Pesquisas recentes apontam que existem mais pessoas vivendo à beira-mar e o nível do mar já subiu cerca de 20 centímetros; ou seja, multiplicaram-se os riscos. Cientistas afirmam que parte desse aumento está ligada às mudanças climáticas, mas ainda não se sabe quanto.
Muitas são as perguntas feitas sobre esse tema desde as conversas casuais até aos discursos políticos; e os cientistas, sempre aprimorando seus conhecimentos, trabalham para tentar respondê-las eficientemente.
As evidências mostram que uma porcentagem maior de furacões está ficando mais forte mais rápido. Além disso, muitos furacões - no Atlântico - estão carregando mais chuvas do que no ado.
Porém, é difícil precisar se as emissões antropogênicas advindas da intensificação dos gases de efeito estufa, consequentemente do aquecimento global, influenciam na intensidade e frequência dos furacões. Com tempo, refinamento dos dados e muito trabalho, essas respostas ficarão mais claras e convergentes para uma mesma direção científica.
Pesquisas recentes apontam que o aumento de 1°C na temperatura da superfície do mar gera um aumento de aproximadamente 7% nas taxas de precipitação próximas aos furacões.
Kevin Reed, professor de ciência atmosférica da Stony Brook University, e seus colegas, concluíram que, em uma condição sem mudanças climáticas induzidas pelas ações antropogênicas, o recente furacão Ian teria produzido 10% menos chuva.
Tom Knutson e seus colegas afirmam que a água mais quente na superfície do mar devido às mudanças climáticas induzida pelo homem, provavelmente, está ajudando a alimentar ciclones tropicais mais poderosos.
Tropical Storm #Lisa forecast to rapidly intensify. Here are the 5 pm EDT Key Messages. See https://t.co/tW4KeFW0gB for details. pic.twitter.com/mVU0LMlZUY
— National Hurricane Center (@NHC_Atlantic) November 1, 2022
A quantidade de ciclones tropicais classificados pelas categorias 1-5, que se tornaram categorias igual ou superior a 3, aumentou nas últimas décadas. Portanto, pelos resultados dos últimos estudos, espera-se que a proporção de categoria 4 e 5 aumente à medida que o clima esquenta.
Estudos sugerem que furacões mais intensos no Atlântico podem ser resultado de mudanças nos efeitos dos aerossóis, na circulação oceânica, no aumento dos gases de efeito estufa ou na junção desses fatores.
Mundialmente, os ciclones tropicais não estão se tornando mais frequentes. Mas, no Atlântico sim. Esse maior número é parcialmente impulsionado pela variabilidade natural, mudanças nas camadas de poeira do Saara e o aumento da atividade da La Niña. Mas, a diminuição de aerossóis, devido a limpeza da poluição do ar também podem contribuir.
Com isso, os modelos projetam diminuição na frequência de tempestades no Atlântico devido ao aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. Mas, essa resposta precisa ser friamente analisada, pois essa redução implica em outros agravantes decorrentes do aumento da concentração de gases do efeito estufa.
Provar a mudança climática já é uma barreira difícil, relacioná-la à furacões é ainda mais delicado. Porém, esperar até provar conclusivamente que não pode ter acontecido por acaso, faz as coisas se tornarem muito piores!