O mês de outubro de 2023 foi o mais quente já registrado no planeta Terra segundo informações do Programa Copernicus da União Europeia, que é gerido pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo. A média de temperatura do ar na superfície chegou a 15,3°C, sendo 0,85°C acima da média de outubro com relação à climatologia de 1991-2020.
Com essa temperatura, o globo chegou a ficar 0,4°C acima da temperatura do outubro mais quente anterior, em 2019. Inclusive, o planeta está ficando cada vez mais quente desde junho de 2023, pois a anomalia de temperatura de outubro foi a segunda mais alta em todos os meses, ficando atrás de setembro de 2023, que ficou atrás de agosto, de julho e de junho. Com um El Niño em atuação e outros oceanos também quentes, será que o mês de novembro vai persistir quebrando recordes?
A Copernicus ressalta que desde janeiro até outubro deste ano, a temperatura média do planeta foi a mais alta desde o período pré-industrial, a anomalia chegou a 1,43°C, isso torna 2023 o mais quente da história com 0,1°C de diferença para o recorde anterior alcançado durante o mesmo período de 10 meses em 2016.
O El Niño se faz presente com condições ainda em evolução no Pacífico Equatorial, o que favorece as altas temperaturas não só nos oceanos como na atmosfera também. De modo geral, nesse ano de 2023, as temperaturas do ar estiveram acima da média em grande parte dos oceanos, e isso tem gerado impactos severos, como por exemplo, as temperaturas mais elevadas em grande parte da Antártica, deixando a cobertura de gelo marinho muito abaixo do normal.
Em termos de comparação, a temperatura média anual (de janeiro a outubro), considerando temperaturas dos mesmos períodos de anos anteriores, a média do planeta é a mais alta já registrada, com uma anomalia de 0,55°C. Existe uma comparação com o ano de 2016, que até então havia sido o mais quente da história, porém, o que chama a atenção é a continuidade dos meses (novembro e dezembro) que foram relativamente mais frios, algo que não deve acontecer em 2023 que deve terminar também mais quente por conta do El Niño que continua.
Se o planeta continuar nesse aquecimento, a média estimada de temperaturas globais para novembro e dezembro de 2023 é na faixa de 0,3-0,7°C acima dos níveis de 1991-2020, ou equivalente a anomalias de 1,39-1,46°C em cima do período 1850-1900.
Pesquisadores levantaram dados que discutiam a progressão recorde das temperaturas da superfície do mar (TSM) desde janeiro até o final de agosto, os quais já apontavam para uma média de TSM sobre águas extrapolares que até iniciou sua habitual diminuição sazonal, mas ainda assim, continuou substancialmente mais elevada para esta época do ano comparado a qualquer outro ano anterior.
Falando de águas oceânicas, a média de temperatura de outubro de 2023, na casa dos 20,79°C, foi de longe a mais alta já registrada na história, o que derrubou o recorde de outubro de 2015 com 20,52°C, ano de um super El Niño.
Inclusive, mesmo que o atual El Niño não seja tão forte como o de 2015 e de 1997, é fato que o fenômeno tem contribuído para o calor de 2023, e além disso, outros oceanos mais aquecidos este ano também tiveram sua contribuição para o novo recorde.
Em resumo, a análise de temperaturas dos últimos 12 meses chegou ao seguinte consenso: