Quando falamos sobre as florestas ao redor do mundo, geralmente as manchetes estão relacionadas a sua destruição, seja devido a incêndios florestais ou desmatamento. Mas há também boas notícias.
Uma equipe liderada pelo World Wide Fund for Nature (WWF) construiu um mapa de florestas ao redor do mundo, com a intenção de ajudar nos planos de restauração florestal de diversos países. A pesquisa envolveu o exame de mais de 30 anos de dados de imagens de satélite e a contribuição de especialistas de mais de 100 locais em 29 países diferentes.
Floresta em terra indígena brasileira absorve volume de gás carbônico de 2 milhões de carros por ano, diz estudo. https://t.co/e9Au9dlN6T pic.twitter.com/nSz30KWzC8
— Lauro Jardim (@laurojardim) January 23, 2021
O estudo resultou em uma imagem das áreas onde os esforços de restauração poderiam ser mais benéficos, e mostrou que quase 59 milhões de hectares de florestas - uma área maior do que a França continental - se regeneraram desde o ano 2000. Essa área de floresta tem potencial para armazenar o equivalente a 5,9 gigatoneladas de gás carbônico, mais do que os Estados Unidos emitem anualmente.
Este termo se refere à restauração da floresta natural com pouca ou nenhuma intervenção dos seres humanos - O que vai desde não fazer nada pela floresta até plantar árvores nativas, cercar o gado ou remover plantas invasoras.
E, incrivelmente, o Brasil se destacou nas pesquisas - a Mata Atlântica está se tornando uma das histórias de sucesso do projeto, já que cerca de 4,2 milhões de hectares - uma área equivalente ao tamanho da Holanda - se regeneraram desde 2000. Este resultado significativo se dá por uma combinação de projetos planejados para restaurar a floresta, práticas industriais mais responsáveis e a tendência de migração das pessoas para os centros urbanos.
UFSB Ciência: Pesquisa demonstra importância das florestas remanescentes para preservação de espécies endêmicas da Mata Atlântica
— UFSB (@UFSB_OFICIAL) May 7, 2021
O artigo é assinado por cientistas do CFCAF/UFSB. Universidade de Yale e Jardim Botânico de Nova York.https://t.co/tyfJO6o4Ps pic.twitter.com/5vR7cq0cTn
Outros pontos críticos de regeneração incluem a África central e o Canadá. Ao norte da Mongólia, 1,2 milhão de hectares de floresta também se regeneraram nos últimos 20 anos, em parte graças ao trabalho da Trillion Trees, parceira do WWF, e ao aumento da ênfase do governo na proteção ambiental.
O resultado mostra, sim, que a natureza é capaz de se restaurar sozinha, sem intervenção humana. Mas ainda assim, não é o suficiente: Entre 2001 e 2019, o estudo indicou que 386 milhões de hectares de cobertura de árvores foram perdidos em todo o mundo. Isso é uma área sete vezes maior do que a regenerada naturalmente.
Por isso, ainda precisamos caminhar em direção a práticas mais sustentáveis que interrompam o desmatamento. O mapa resultante da pesquisa será uma ferramenta valiosa para que órgãos preocupados com conservação, políticas ambientais e financiamentos descubram a melhor maneira de atuar nos próximos anos para promover a conservação da natureza ao redor do mundo.