Um furacão é uma máquina térmica gigantesca que se forma e permanece ativa graças ao constante fornecimento de energia térmica injetada pelo ar muito húmido que repousa sobre as águas quentes dos mares tropicais, o que favorece o crescimento das torres de nuvens que compõem o furacão. O diâmetro típico de um furacão varia geralmente de 300 a 800 quilômetros, embora a área dos ventos de furacão (nunca inferiores a 119 km/h) esteja restrita ao primeiro anel de tempestades que rodeiam o olho característico do furacão. Esta estrutura marcante é uma consequência das descidas de ar que ocorrem mesmo naquela parte central, que limpa os céus numa pequena área circular de várias dezenas de quilômetros de diâmetro. Nesta área, o tempo está relativamente calmo, o sol brilha e os ventos sopram bastante suaves.
O olho é rodeado por paredes muito altas de cumulonimbus (nuvens de tempestade) que formam à sua volta a espiral de nuvens que aparecem nas imagens de satélite, onde ocorrem ventos fortes e rajadas. As nuvens compactas destas poderosas tempestades provocam chuvas torrenciais, particularmente abundantes no setor frontal direito, dependendo da direção do ciclone. Para além do vento e da chuva, a baixa pressão no centro do furacão causa uma oscilação significativa na superfície do mar, que quando se espalha em direção à costa provoca o que é conhecido como maré de ciclone ou tempestade, resultando em inundações.
#SevereWeather #Iota deixa um rasto de destruição na América Central
— Meteored | Tempo.com (@MeteoredBR) November 19, 2020
O ciclone deixou na agem dezenas de vítimas fatais, inundações gravíssimas e deslizamentos de terra. pic.twitter.com/v4mLsfIiEB
Dependendo da intensidade dos ventos sustentados gerados nas paredes do olho e da pressão atingida no centro do ciclone, os furacões podem alcançar 5 categorias, conforme estabelecido pela escala de Saffir-Simpson. Os furacões de categoria 3 ou superior são chamados majors, e têm um elevado poder destrutivo.
Os nomes atribuídos aos furacões e tempestades tropicais são retirados de listas oficiais elaboradas pela Organização Meteorológica Mundial. Para cada temporada há uma lista de 21 nomes em ordem alfabética, alternando nomes masculinos e femininos. Se uma temporada for particularmente ativa e todos os nomes da lista forem atribuídos, é utilizada uma segunda lista com os nomes das letras do alfabeto grego.
Escala Saffir-Simpson | Velocidade dos ventos máximos sustentados |
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Categoria 1 | 119 a 153 km/h |
Categoria 2 | 154 a 177 km/h |
Categoria 3 | 178 a 209 km/h |
Categoria 4 | 210 a 249 km/h |
Categoria 5 | Superior a 249 km/h |
Escala reconhecida pela OMM para os ciclones tropicais do mar das Caraíbas, Golfo do México, oceano Atlântico Norte e oceano Pacífico Norte oriental e central. |
O ciclone tropical é conhecido sob o nome genérico de "furacão". De acordo com a nomenclatura oficial, apenas devemos referir-nos aos furacões para identificar os ciclones tropicais que se formam na bacia do Atlântico e na parte oriental do Pacífico Norte. Os ciclones tropicais do oceano Índico são chamados ciclones e os da parte ocidental do Pacífico são chamados tufões. Em todos os casos, é o mesmo fenômeno atmosférico: um sistema fechado de baixa pressão de grandes dimensões e um elevado grau de organização.
Tudo começou como um ciclone comum, como os que geralmente se formam trazendo frentes frias e chuva para o Brasil. Mas conforme o sistema se afastava para o leste, em direção ao oceano, uma área de alta pressão muito intensa se formou sobre o Atlântico Sul e o impediu de continuar em sua trajetória.
O sistema então parou e estacionou em um local com excelentes condições meteorológicas: as temperaturas do oceano estavam mais quentes, e o cisalhamento do vento estava menos intenso que o normal. A combinação destas características fez com que o sistema se transformasse, em poucos dias, em um furacão que retornou em direção ao Brasil e atingiu o estado de Santa Catarina.
O Furacão Catarina chegou a registrar velocidades de vento sustentadas de 160 km/h, o que faz com que fosse classificado como categoria 2. Após atingir o continente, Catarina perdeu intensidade e se dissipou em poucas horas.