A Arábia Saudita pretende construir uma enorme metrópole linear de dois arranha-céus paralelos com 170 quilômetros de extensão, 500 metros de altura e 200 metros de largura, intitulada “The Line”. As duas faces de vidro terão filtros solares e serão semi-refletivas, apresentando ventilação natural e com zero emissão de carbono.
A cidade será projetada para ser a casa de milhões de pessoas por uma área de apenas 34 quilômetros quadrados, com agricultura vertical, fonte de energia 100% renovável, alta tecnologia, árvores voadoras e custando mais de US $800 bilhões. Os técnicos calculam que o desenvolvimento da The Line pode durar cinquenta anos.
Interiormente os residentes encontrarão um microclima temperado e abastecimento de água, além de uma posição estratégica que permite conectar-se com 40% da população mundial com voo de algumas horas. A ideia consiste em sobrepor as funções da cidade verticalmente (para cima e para baixo) ao mesmo tempo que permite o movimento transversal.
His Royal Highness announces designs for #THE_LINE, the city of the future in #NEOM.#SPAGOV pic.twitter.com/LDyQrMd0lF
— SPAENG (@Spa_Eng) July 25, 2022
Um dos objetivos é que cada morador possa executar suas necessidades diárias com uma caminhada de cinco minutos. Pois, o sistema de transporte público será um trem de alta velocidade que levará apenas vinte minutos para atravessar de uma ponta à outra. Essa vantagem também reduzirá a pegada ambiental, devido a não utilização de carro, principalmente nas atividades do dia a dia.
Para que os moradores possam fazer mais do que caminhar de uma ponta à outra, os planos incluem também um estádio e uma marina. A metrópole será considerada como cidade do futuro e tende abrir novos caminhos mostrando soluções urbanas que vão além do padrão convencional. Essa estrutura provém de uma ambição ainda maior - o NEOM - um projeto bilionário.
O principal desafio da The Line - além do prazo, tamanho e característica - implica na disposição de quanto os cidadãos estão querendo viver em comunidades tão concentradas assim, com uma densidade populacional tão alta, principalmente após as lições deixadas pela COVID-19.
Outras questões que envolvem esse projeto e devem ser pensadas com cautela: O que aconteceria com a população residente atualmente nesta região? Como será lidar com a falta de luz natural para os habitantes? Como isso afetará a migração dos pássaros? E o fluxo das águas subterrâneas? Com relação aos investimentos, os promotores conseguirão a verba necessária?
Estan proponiendo una ciudad de 170km de largo, 500 metros de alto, 200 metros de ancho, recubierta en vidrio en el medio del desierto de Arabia Saudi, con arboles voladores, costando mas de 800 mil millones de dolares.
— Bauhasaurus (@alejandrocsome) July 26, 2022
Y lo mas importante: Es sustentable. pic.twitter.com/diiucOxD8l
A abordagem foi iniciada pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, no início de 2021. Atualmente são apenas ideias, mas já permitem compreender melhor a filosofia e abordagem urbana, apresentando seu design e dados detalhados. Esse conceito de cidade linear não é novo: Arturo Soria y Mata, urbanista espanhol do início do século XX, levantou algumas ideias sobre a nucleação linear. Em 1960, Peter Eisenman e Michael Graves, deram continuidade ao agrupamento de regiões urbanas em um único artefato.
Também tiveram Rem Koolhaas, depois de analisar o muro de Berlim, e Alan Boutwell e Mike Mitchell com a ideia de uma cidade contínua para um milhão de seres humanos. Todos esses projetos com propostas radicais e, muitas vezes, fictícias trazem consigo inovações e críticas. Tais como: “por que não aprimorar as cidades já existentes?” “isso seria um primeiro o para implementar novas tecnologias nas cidades atuais?”