Em um lançamento que iluminou o céu noturno da Flórida, nos EUA, a SpaceX fincou um novo marco na exploração espacial com a missão FRAM2. O foguete Falcon 9 foi lançado com sucesso do Centro Espacial Kennedy na segunda-feira (31), levando quatro tripulantes civis em uma jornada sem precedentes: um sobrevoo direto pelos polos geográficos da Terra.
Esta primeira incursão em uma órbita polar, inclinada 90 graus em relação á linha do equador, representa um desafio técnico considerável, exigindo mais combustível e um planejamento complexo.
O lançamento do FRAM2 estava previsto para a segunda-feira (31) às 21h46. (horário do Leste dos EUA) do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida. Para garantir flexibilidade diante de condições adversas, a SpaceX estabeleceu uma janela de lançamento de aproximadamente quatro horas e meia, com oportunidades adicionais às 23h20, 0h53 e 02h26, estendendo-se até terça-feira, 1º de abril, se necessário.
A equipe da missão FRAM2 é composta por perfis diferentes: Chun Wang, empreendedor de criptomoedas e comandante da missão; Jannicke Mikkelsen, diretor de cinema norueguês especializado em tecnologias extremas; Eric Philips, aventureiro australiano com experiência em expedições polares; e Rabea Rogge, uma pesquisadora alemã de robótica. Nenhum deles é astronauta profissional, o que destaca a natureza inovadora do projeto.
Durante a missão, a tripulação conduzirá 22 experimentos científicos com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre saúde humana e sustentabilidade no espaço. Um dos experimentos mais notáveis é a tentativa de realizar o primeiro raio X no espaço, essencial para o diagnóstico médico em futuras missões de longa duração.
Também serão conduzidas pesquisas sobre regulação da glicose e exercícios em microgravidade para combater a perda muscular e óssea. Além disso, o cultivo de cogumelo ostra em microgravidade visa garantir alimentos frescos durante missões prolongadas, um componente essencial da exploração de Marte.
O lançamento do FRAM2 envolveu uma série de eventos precisos, desde o carregamento de combustível RP-1 e oxigênio líquido até a separação dos estágios e o pouso controlado do primeiro estágio na plataforma autônoma 'A Shortfall of Gravitas' no Oceano Atlântico. A missão também estuda fenômenos como auroras e o fenômeno STEVE, emissões de luz na forma de fitas de plasma.
O futuro da exploração espacial privada A FRAM2 representa um o além das missões privadas anteriores, como a Inspiration4 ou a Polaris Dawn, ao desafiar a capacidade dos civis de explorar novas fronteiras espaciais. Com foco na ciência e na autossuficiência, a missão abre caminho para futuras viagens a Marte e assentamentos humanos permanentes no espaço profundo.