No mês ado, enquanto a Estação Espacial Internacional (ISS) ava pela Europa, um astronauta a bordo capturou uma misteriosa imagem de um raio. Ao contrário da maioria dos relâmpagos, este não apareceu na forma típica que todos sabemos e reconhecemos. Em vez disso, ele apareceu como um flash azul em forma de cúpula.
O fenômeno foi detectado em um time-lapse realizado pelo astronauta francês Thomas Pesquet, que compartilhou a imagem nas redes sociais na semana ada, chamando-o de “evento luminoso transiente” (TLE). Este é o nome dado a episódios de relâmpagos na alta atmosfera –fenômenos de curta duração envolvendo atividade elétrica bem acima das altitudes nas quais ocorrem os relâmpagos regulares.
Estes são apenas alguns dos nomes dados aos vários TLEs que foram observados em nosso planeta. Eles são raramente vistos e, devido à sua ocorrência na atmosfera superior, são mais frequentemente observados por pilotos e astronautas.
Por muitos anos, esses fenômenos eram conhecidos apenas por relatos anedóticos daqueles que tiveram a sorte de testemunhá-los, mas agora temos a tecnologia para poder capturá-los, registrá-los e estudá-los com mais detalhes. A ISS está particularmente bem posicionada para detectar TLEs, uma vez que a sobre o equador, onde ocorre uma grande quantidade de tempestades.
Lightning storm with Red Sprites from @Space_Station
— Seán Doran (@_TheSeaning) October 4, 2021
The original time lapse by @Thom_astro is now in real time on my Youtube channel
5k: https://t.co/NDyrkRnUqE pic.twitter.com/kuLxd1OSj6
O evento capturado por Pesquet ocorreu no sudeste da Itália, possivelmente sobre a Grécia ou o Mar Mediterrâneo. O time-lapse completo pode ser visto no tweet acima. É tão impressionante quanto a própria imagem de quadro único, capturando uma série de tempestades sobre o Mediterrâneo.
As TLEs às vezes podem ser difíceis de distinguir, pois as várias formas derivam de fenômenos de descarga elétrica e compartilham muitas semelhanças. A cor costuma ser a melhor maneira de diferenciá-los. Sprites, por exemplo, que são o tipo mais comum de TLE observado, são conhecidos por produzir flashes de luz vermelha brilhante.
Como o evento em questão mostra claramente um flash azul, é mais provável que seja um TLE conhecido como jato azul. Este é um tipo de descarga nuvem-ar associada a relâmpagos troposféricos. Os jatos começam dentro das tempestades e viajam para cima, resultando em flashs azuis brilhantes que adquirem sua cor a partir da ionização do nitrogênio na atmosfera.
O processo de formação de jatos azuis e outros TLEs geralmente ocorre em poucos milissegundos, tornando-os extremamente difíceis de capturar. À medida que nossa compreensão desses fenômenos aumenta, sabemos agora que eles não estão s apenas à Terra, como também foram registrados nas nuvens de Júpiter.