O amaranto, conhecido como um pseudocereal, faz parte da dieta humana há milhares de anos. As culturas pré-colombianas, especialmente os astecas e os maias, cultivavam-no por suas propriedades nutricionais e o consideravam um alimento sagrado.
Esta pequena semente oferece benefícios que impactam diretamente a saúde óssea e a capacidade do sistema imunológico de resistir a doenças. Além disso, por não conter glúten, é ideal para pessoas com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten.
Um dos minerais mais notáveis do amaranto é o cálcio. Ao contrário de muitos vegetais que o contêm em uma forma menos biodisponível, o cálcio do amaranto é absorvido de forma eficiente.
O magnésio, outro componente abundante no amaranto, também desempenha um papel fundamental na saúde óssea. Este mineral facilita a absorção de cálcio e participa da formação da matriz óssea.
O fósforo, por sua vez, atua em conjunto com o cálcio no desenvolvimento e manutenção de ossos e dentes fortes. Essa combinação faz do amaranto um recurso nutricional estratégico para prevenir a osteoporose e outras doenças ósseas degenerativas.
Não são apenas os idosos que se beneficiam do seu consumo. Crianças, adolescentes e mulheres grávidas também podem incorporá-lo para cobrir suas altas necessidades de minerais durante o crescimento ou a gravidez.
O ferro presente nesta semente contribui para a formação da hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. A deficiência desse mineral pode levar à anemia, uma condição que enfraquece o sistema imunológico e reduz a energia vital do corpo.
Junto com o ferro, o amaranto fornece zinco e selênio, dois oligoelementos essenciais para o bom funcionamento do sistema imunológico. O zinco está envolvido na ativação dos linfócitos T (que são células-chave na defesa contra vírus e bactérias), e o selênio atua como antioxidante e ajuda a reduzir o estresse oxidativo, promovendo a recuperação de infecções.
Também são encontradas nesta semente vitaminas e antioxidantes, como a vitamina E, e compostos como polifenóis, que modulam a inflamação e protegem as células imunológicas contra danos celulares. Essa ação antioxidante se torna relevante em contextos onde o sistema imunológico está sobrecarregado, como ocorre durante gripes, infecções virais ou fadiga crônica.
O amaranto é facilmente adaptável a diferentes preparações e estilos de alimentação: pode ser consumido cozido como arroz, adicionado a saladas, usado como recheio de vegetais ou como base para hambúrgueres de vegetais. O segredo é lavá-lo bem antes de fervê-lo para eliminar as saponinas que podem lhe dar um sabor amargo.
Sua farinha é ideal para preparar biscoitos, pães ou crepes sem glúten, misturada com outras farinhas integrais. Há também o amaranto tufado, uma opção crocante para o café da manhã ou lanches, que pode ser combinado com iogurte, frutas frescas ou leite vegetal.
Até suas folhas são comestíveis e oferecem considerável valor nutricional, semelhante ao do espinafre. Ricas em fibras, clorofila e minerais, elas dão volume a sopas, refogados ou smoothies verdes.
Do ponto de vista ambiental, o amaranto representa uma alternativa de cultivo de baixo impacto. É resistente à seca, cresce em solos pobres e não requer uso intensivo de agroquímicos.
Além dos benefícios nutricionais diretos, o amaranto também promove a saciedade e melhora o trânsito intestinal graças ao seu alto teor de fibras. Isso pode ser útil em planos de dieta voltados ao controle de peso ou à prevenção de doenças metabólicas.
Esta semente é cultivada na Argentina, embora sua produção ainda seja baixa se comparada a outras culturas tradicionais. O plantio é feito de forma esporádica e, em muitos casos, está sujeito a compromissos prévios de compra, geralmente vinculados à exportação.
As principais áreas de produção estão localizadas no noroeste do país, especialmente nas províncias de Salta, Jujuy e Tucumán, onde as condições agroecológicas favorecem o desenvolvimento desta planta resistente e adaptável. No entanto, a área potencial de cultivo se estende além, incluindo regiões como Santiago del Estero, Córdoba, leste de La Pampa e oeste de Buenos Aires.
Nos últimos anos, o amaranto tem despertado interesse na agricultura familiar e em modelos agroecológicos, graças às suas baixas necessidades de água, sua capacidade de crescer em solos pobres e seu excelente perfil nutricional. Diversas cooperativas rurais e organizações sociais o promovem como uma alternativa saudável, sustentável e com potencial para diversificar a produção local.