Recentemente, aqui na Meteored Brasil anunciamos a chegada de uma onda de calor em todo Brasil, que já traz temperaturas históricas e ainda há potencial para condições mais extremas até o início da próxima semana, com máximas podendo chegar aos 45ºC.
Junto das altas temperaturas, alguns problemas de saúde podem se intensificar, e outros am a ganhar espaço, portanto é de extrema importância que governos e população possam se preparar para esses eventos.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), observa-se uma taxa de mortalidade mais elevada para as causas onde o calor foi listado como um fator contribuinte, tendo aumentado quase o dobro em alguns anos, nos EUA.
Esses números podem ser ainda maiores do que os registrados, uma vez que, segundo o EPA, "estas mortes podem não ser notificadas como “relacionadas com o calor” nas certidões de óbito".
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), globalmente, os eventos de temperaturas extremas estão aumentando em frequência, magnitude e duração - e tendem a se agravar, com o avanço das mudanças climáticas.
Segundo a OMS, "a exposição ao calor excessivo tem impactos fisiológicos abrangentes para todos os seres humanos, muitas vezes amplificando as condições existentes e resultando em morte prematura e incapacidade".
Entre os impactos diretos, temos a desidratação, cãimbras causadas pelo calor, insolação e o agravo de condições de saúde como doenças respiratórias, cardíacas, renais e outras doenças crônicas, bem como os impactos sobre a saúde mental.
Gestantes, moradores de rua, trabalhadores ao ar livre, crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas e pessoas com deficiência, atletas entre outros estão entre as pessoas mais vulneráveis ao calor extremo, e essa condição exacerba ainda mais as desigualdades sociais, colocando pessoas de baixa renda em condições de risco.
Eventos de calor extremo também podem afetar os serviços de saúde, aumentando o número de issões hospitalares, bem como serviços de energia, saneamento, transporte e a própria produtividade dos trabalhadores no geral, especialmente fora de condições climatizadas.
Ainda, não temos um limite bem definido de quando a temperatura ambiente a a representar uma condição perigosa, segundo a OMS. No entanto, "mesmo pequenas diferenças em relação às temperaturas médias sazonais estão associadas ao aumento de doenças e mortes", segundo a Organização.
Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA), eventos de calor extremo podem favorecer o aparecimento e transmissão de certas doenças como a malária, a dengue ou a febre do Nilo Ocidental, "expandindo também o risco de transmissão para áreas da Europa anteriormente não afetadas, como as regiões do Norte".
Muitas dessas doenças são transmitidas por vetores como mosquitos, que podem mudar seu padrão de reprodução e distribuição com as mudanças climáticas.
Ainda, o aquecimento das águas propicia um ambiente adequado para a proliferação da bactéria do gênero Vibrio (como a Vibrio cholerae, causadora da Cólera, além da V. vulnificus and V. parahaemolyticus) encontrada em peixes e mariscos, e que pode causar doenças graves, como diarréias severas, entre outras, caso a pessoa consuma alimentos e/ou água contaminados.
Nesse momento de expectativa de recordes de temperaturas, é extremamente importante que a população, serviços como o de saúde e gestores se apropriem do conhecimento para se preparar para esses eventos extremos. O cuidado com populações mais vulneráveis, bem como com a prevenção de acidentes e riscos é crítico.
Abaixo, algumas ações que podem fazer a diferença nessas situações, segundo a OMS: