As Cataratas do Iguaçu, uma das 7 maravilhas naturais do planeta, tiveram sua vazão drasticamente reduzida devido a seca que assola grande parte do Sul do Brasil, criando um cenário desolador, principalmente para aqueles que já presenciaram suas impressionantes e magníficas quedas d’água!
Pelas medições da Companhia Paranaense de Energia (Copel), no dia 05/04 o Rio Iguaçu registrou a menor vazão de 2020 nas Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no valor de 259 mil litros de água por segundo, que representa somente 17% da vazão normal, de 1.5 milhão. Este volume está bem próximo da última grande seca que ocorreu em julho de 2006, quando a vazão chegou a 245 mil litros de água por segundo.
Das 275 quedas d’água que compõe as Cataratas do Iguaçu, a grande maioria está seca, e as quedas maiores, como a famosa Garganta do Diabo, estão com um fluxo bem abaixo do normal. Sem as quedas d’água os paredões rochosos ficaram expostos, mudando completamente o cenário da região.
Las cataratas del Iguazú presentan estos días una imagen desoladora. La sequía que afecta a esa zona, unida al cierre de las presas brasileñas, han provocado que el caudal de agua del río Iguazú sea mínimo.https://t.co/umQVm8yeag por @robertmur, corresponsal en Latinoamérica pic.twitter.com/0fkBsIAiTG
— La Vanguardia (@LaVanguardia) April 3, 2020
De acordo com uma nota do Governo do Estado do Paraná, o estado vive a pior estiagem desde que o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) começou a monitorar as condições do tempo em 1997. O levantamento feito pelo Simepar indica que 9 das maiores cidades paranaenses tiveram chuvas bem abaixo da média entre junho de 2019 e março de 2020.
Para o conjunto de municípios de Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Maringá, Londrina, Cascavel, Guaratuba, Umuarama e Foz do Iguaçu, houve uma redução média de 33% na precipitação. Em Curitiba a situação é ainda pior, a redução de chuvas para este período foi de 43%. O último mês de março foi o mais seco desde 1998 na capital paranaense, que só registrou 12 mm de chuva, muito abaixo dos 127 mm esperados. A falta de chuvas na região de Curitiba acaba afetando a vazão das Cataratas do Iguaçu, já que é onde o Rio Iguaçu nasce.
A estiagem também afetou o Rio Paraná, o segundo maior rio da América do Sul, em Foz do Iguaçu. O rio, que é o principal responsável pela geração de energia na Itaipu Binacional, está com seu volume 42% abaixo do normal. Na primeira semana de abril a vazão do Rio Paraná, acima da hidrelétrica, era de 6.7 milhões de litros por segundo, o menor fluxo de água dos últimos 8 anos, segundo a Itaipu Binacional.
A estiagem não é uma situação vivida somente pelo estado do Paraná, mas por toda a Região Sul do Brasil. No início desse mês o estado de Santa Catarina já tinha 27 municípios em estado crítico de abastecimento de água devido a seca, a maioria deles no oeste do estado, onde a situação é mais crítica.
Desde novembro de 2019 que as chuvas não ocorrem de forma persistente e volumosa no #RioGrandedoSul. A #estiagem afeta mais as regiões Sul, Central, da Fronteira Oeste e do Vale do Rio Pardo. pic.twitter.com/9NtK6fI3dd
— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) April 14, 2020
No Rio Grande do Sul mais de 200 municípios decretaram situação de emergência devido à seca. O estado tem registrado volumes de chuva abaixo do normal desde dezembro do ano ado, o que tem prejudicado a importante produção agrícola da região. Na capital gaúcha, Porto Alegre, só foram registrados 22.9 mm de chuva no mês de março, 75% abaixo da média histórica do mês.